sexta-feira, 16 de março de 2012

O mosquito

pernilongo, murissoca, mosquitinho,
são tantos os nomes, pra esse agora indesejado
não precisa chamar, ele vem sozinho
querendo meus membros, mostrando seu chiado

um mosquito sacana, um mosquito qualquer
chega sorrateiro, faz aquela revolução
seja pobre ou bacana, seja homem ou mulher
contra ele não tem mandinga, resa brava ou palavrão

mosquito dengoso, mosquito tarado
mosquito charope, mosquito bandido
se esfrega em minhas partes, não se faz de rogado
caminha afoito, de ouvido a ouvido

Tenha dó de mim, amanhã também trabalho
os ponteiros engasgam, uma noite acordado
Muda ao menos a música, quem sabe um chocalho
já levou o meu sangue, que mais quer deste lado?

Coço a perna, coço o braço
espio as horas, faço cara de tédio
da cama me levanto, em um só paço
o ventilador a todo vapor, na pele algum remédio

ai se eu te pego, ai se eu te mato
Quero te ver entre meus dedos, botando o líquido vermelho pra fora
brincamos nessa noite, como gato e rato
o sangue era também meu, não mais importa agora

acontece na mata fechada, nas luzes da cidade
e num golpe certeiro, acabou-se o sofrimento
lá se foram algumas horas, pareceu uma eternidade
é o fim da picada, ô lázaro momento!

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