sábado, 10 de março de 2012

Noite de lua cheia, o pensamento vagueia

É daqueles dias que você pensa em seguir o ritmo de alguma bateria imaginária,
mas a cabeça e as pernas doem. É daqueles inícios de noite em que a boca sente
sede, mas o estômago não comporta mais nada. É daqueles fins de tarde em que a
chuva já molhou, mas a sensação é de que já evapora e continua gerando calor. É
daqueles inícios de por-do-sol nublado, em que o pensamento voa, mas não chega a
concretizar nenhuma idéia. O telefone na mão parece ocupar espaço, enquanto os
dedos acariciam o visor em busca de algum contato perdido. É daquelas horas em
que o chão parece feito de bolinhas de gude e os pés descalços sentem a dureza
de uma geléia esquecida na geladeira. É daqueles minutos em que o ar parece te
respirar. É daqueles segundos que o relógio parece cantarolar com seus
ponteiros, num tic-tac frenético. Gotas de orvalho, gotas de um chuveiro - o
champu, o sabonete primeiro. Lavou tá novo, respirou tá disposto. Toca em frente
que o tempo não para. Nem toda noite é rara, nem toda lua é clara. Até pra poder
ajeitar, as vezes é preciso quebrar a cara.

Nenhum comentário:

Postar um comentário