terça-feira, 24 de novembro de 2015

Entre a Luz e a Consolação

O braço era bom de se pegar, me dirigia com simplicidade segura. Na terceira
espera pra abrir, Alguém dá um espirro estrambólico; rimos na mesma hora e tom.
Começa algum diálogo, descubro que originalmente estávamos indo em direções
opostas. Os pingos engrossam quando me indica o piso tátil da Paulista,
provavelmente te perderei de vista. Curiosa, Matrix ou altruísta?

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Loteria

Esse negócio de Megasena acumulada atiça até quem acha que nenhum jogo é fácil.
No trabalho vai ter bolão, já é quase tabu minha não participação. Se não tenho
nem uma cor nem um número da sorte, imagina 6. Depois eles ficam fazendo planos,
calculando juros, fazendo promessas de um mundo melhor, enquanto eu tento
terminar o serviço antes pra já ir de roupa trocada pra academia. No caminho
mais gente falando do prêmio e teorias conspiratórias; a tv mostra os números
que mais e que menos saem. Será que ela jogou? E ele? Boa, talvez dê pra achar 6
números marcando os dias dos mesversários de meus relacionamentos mais
duradouros. Empaquei no 3º ou 4º, somaria os 2 primeiros e só faltaria um. E de
repente alguém me cutuca dizendo que dava pra ir, mas sentei no meio-fio e
calculei: qual a probabilidade de todas essas coincidências serem sorteadas?
Apelei para a surpresinha, não contei pra ninguém de minha passada na lotérica.
E se o pessoal do bolão me acusasse de traidor? E os mendigos, quando
descobrissem, pediriam cheques? Andaria de blindado, como cantor famoso, sem
sucesso engatilhado? Me mudaria pra Pasárguida? Dormi de cuca cheia, acordei de
bolso vazio: todos estávamos um bilhete mais pobres; alguns 2, já pensando na
próxima chance.