terça-feira, 15 de novembro de 2011

Rio 40 degraus: uma história sem corrimão

Lá na casa do Catete, sonzeira que Botafogo. Ela chegou toda Mimosa, arrasando
Bangu. Um Flamengo, outro Flu. Construíram um Castelo sem Pilares, no Centro de
uma ilusão passageira. Num domingo de Ramos, discutiram tão intensamente que a
praia ficou vermelha. Do Alto da Boa Vista, janelinhas se abriam pra ver e ouvir
aquela Usina de intempéries. Foi um banho de Mangueira em pleno inverno. Perdeu
o Leme, afundou-se na Água Santa. Saía por aí feito um Zumbi, ou então um
Jacaré, se embolando em suas próprias ondas. Chorava Pitangueiras, um passado
sem Glória. Santo Cristo, tende Piedade do pobre Juca. A Maré não tá pra peixe,
mas a coisa Irajá melhorar, tenha Paciência. Acendeu uma lapa de vela pra São
Conrrado, subiu de joelhos os degraus da Candelária, implorou pra Santa Teresa -
foi uma Barra. Ai de Tijuca! Você Benfica sem ela ao Andaraí a procura de um
Encanto na Cidade Nova. Sua Garota de Ipanema, ou alguma Maria da Graça, te
espera em Copa: numa cabana, no campeonato mundial ou no alto de uma árvore,
como um passarinho a procura do Bonsucesso. Olhando bem no Fundão de uma garrafa
de vinho roubada do Padre Miguel, cantará em breve um sambinha no Recreio, mais
ou menos assim: "Olaria, Olariá, é com ela que eu quero me casá.." O velho Cosme
tinha razão: Cascadura, coração mole.

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